terça-feira, 26 de junho de 2018

Comandante Sebastião Fausto

“A comunidade cresceu e infelizmente o ato infracional também”

“Ingressei em 1975. Naquela época era muito difícil, porque as condições gerais de tudo, salário, era muito precário. Em 1976 me formei soldado, fui para Ubaporanga, onde trabalhei um ano.  Políticos me tiraram de lá, fui para Imbé, onde trabalhei dois anos, depois voltei para Caratinga e trabalhei como segurança do Fórum. Fiz amizade com todos e um dia conheci a Guarda Mirim e procurei me informar como era para estar ali comandando aquela corporação. Na época, o cabo José Inácio era o comandante e depois passou para o comandante Nogueira, que passou no curso de cabo e me convidou para ir pra Guarda Mirim. Aceitei, por ser militar julgou que eu não tinha condição, ficou esperando quase um mês para designar e minha amiga Liginha era presidente na época, apertou o comandante e ele definiu que eu iria pra lá uns dias até arrumar outro. Acabei ficando por 16 anos. Fiz minha história na Polícia Militar mais na Guarda Mirim, preparando nossos jovens para o comércio, para trabalhar. Temos inúmeros cidadãos bem formados no comércio, donos de empresas, um grande número deles está na Polícia Militar.
O efetivo não era muito, mas em compensação a exigência era bem menor. Caratinga cresceu muito, fazia meu trabalho na Polícia Militar e muitas vezes à noite entrava de serviço na rádio patrulha. Naquela ocasião, se a gente fizesse cinco ocorrências numa noite era muito, hoje faz até 30. A demanda era muito menor e era mais tranquilo. A violência era muito menor, o consumo de droga era bem menor, era de assustar quando flagrava alguém com droga, traficante ou usuário. A comunidade cresceu e infelizmente o ato infracional também.
Hoje, meus colegas têm facilidade maior, porque são melhor orientados. Quando entrei aceitava-se a 4ª série, atualmente para o curso de oficial precisa do curso de Direito, os demais cargos têm que ter curso superior. A comunidade ganhou, pega os profissionais orientados e a parte financeira melhorou muito; os comandantes hoje são mais humanos. A evolução foi muito grande, não tinha esse café para os reformados baterem um papo, nós éramos vistos com olhos diferentes. A gente trabalhava numa simples companhia no Bairro Esperança, agora é sede de Batalhão. A comunidade ganhou muito. Hoje a PMMG é outra, tem muita credibilidade, é a melhor polícia do país”.

Sebastião Fausto da Silva